quinta-feira, 30 de julho de 2015

Oficinas on-line de mediação de leitura


As inscrições para as próximas turmas das Oficinas On-line do Entre na Roda, voltadas para a formação de mediadores de leitura, serão abertas no dia 5/8, às 11h, na Plataforma do Letramento.

Com duração de dois meses e realizadas totalmente a distância, as Oficinas On-line trabalharão, a cada semana, um tema diferente relacionado a leitura. O objetivo é promover o gosto pelo ato de ler e fomentar atividades leitoras.

O que é ser mediador de leitura? Como começar a desenvolver rodas literárias? Como organizar um acervo a favor dos leitores? Por meio de textos, vídeos, sites, propostas de atividades e discussões coletivas, as Oficinas têm como finalidade orientar e dar dicas práticas aos participantes sobre como trabalhar a leitura com diferentes grupos e em diferentes espaços.

A metodologia é baseada no Entre na Roda, projeto da Plataforma do Letramento que, em parceria com órgãos públicos municipais e estaduais de Educação e/ou Cultura, forma gestores e educadores para implementarem práticas de leitura e atuarem como mediadores em escolas e outros espaços educativos.

No dia da inscrição, haverá um botão de cadastro na página de EAD da Plataforma. Basta clicar nesse botão e preencher os dados solicitados. No total, serão abertas 100 vagas, e 15 disponibilizadas para lista de espera.
Fonte- http://plataformadoletramento.org.br

terça-feira, 28 de julho de 2015

O que é URL


Inscrições abertas - Cursos da Fundação Telefônica/Escolas Rurais Conectadas




O Programa Escolas Rurais Conectadas, da Fundação Telefônica Vivo está com inscrições abertas em três novos cursos. Veja as novidades e entre no site para saber mais e inscrever-se. As vagas são limitadas!!!

Cursos com Inscrições Abertas

 

 Gotas de Conscientização
O curso tem por objetivo abordar a crise hídrica que o país enfrenta, oferecendo informações e auxiliando o educador no desenvolvimento de estratégias para tratar desta temática com seus alunos, tanto em relação às causas desta situação, como sobre o que cada um pode fazer para contribuir com a preservação deste importante recurso. Aproveita a problemática contemporânea para tratar do uso sustentável e da preservação deste precioso bem para as futuras gerações.
Carga horária: 30 horas - Duração: Três semanas - Início: 3 de agosto
Precisa de ajuda? contato@escolasrurais.org.br



Sem medo da indisciplina: A construção participativa da disciplina na sala de aula
Não é exagero afirmar que a questão da indisciplina ocupa lugar de destaque nas preocupações dos educadores e nas discussões sobre educação no Brasil. Valorizando o princípio da disciplina como uma construção coletiva, que não parte da autoridade centrada em algumas pessoas, mas dos valores que o grupo constrói, o curso espera contribuir com esta importante questão.
Carga horária: 30 horas - Duração: Três semanas - Início: 1 de agosto
Precisa de ajuda? contato@escolasrurais.org.br
Clique aqui para saber mais e inscrever-se. 

Curso "A Escola no Combate ao Trabalho Infantil" - 60h



 Modalidade: online
Duração 3 meses - 60h
Certificação: pela UERGS, reconhecida pelo MEC



A Fundação Telefônica Vivo está promovendo o curso A Escola no Combate ao Trabalho Infantil, que a partir deste ano, faz parte do Programa Escolas Rurais Conectadas.

O programa tem como objetivo impulsionar processos educacionais inovadores, especialmente em escolas do campo, disponibilizando formação online gratuita, com metodologias e conteúdos diferenciados, sendo um dos projetos da Fundação Telefônica Vivo, que atua há mais de cinco anos, direcionada pelo uso das tecnologias de forma inovadora para potencializar a aprendizagem e o conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e social.

O curso, que existe desde 2012, totalmente online e gratuito, é oferecido aos educadores das escolas brasileiras. O foco é informar, formar e mobilizar educadores, alunos e comunidades para que atuem no combate ao trabalho infantil em nosso país, tanto em ações diretas, quanto na formação de uma cultura de direitos em que o trabalho infantil não seja aceito como natural e positivo.

Com três meses de duração e 60 horas de carga horária, conta com vídeo aulas gravadas por grandes especialistas em direitos e deveres de crianças e adolescentes, parte deles, inclusive, redatores do ECA. 

Aqueles que completarem os seis módulos do curso, e redigirem um projeto de ação pedagógica, que funciona como trabalho de conclusão, receberão certificado emitido pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS, reconhecida pelo MEC.

A formação se inicia em 13 de agosto próximo, e as inscrições estarão abertas a partir de 24 de julho.

Nosso objetivo e atingir, preferencialmente, os educadores do campo, por isso, a divulgação estará focada neste público até 30 de julho, quando as vagas serão oferecidas também a educadores urbanos. Por isso, pedimos que, além de se inscrever, nos ajude a divulgar o curso entre os educadores do campo do seu município, ou de sua rede de contatos.  Se for possível, encaminhe este e-mail aos educadores de sua escola e/ou secretaria, podendo também imprimi-lo para colocar na sala dos professores de sua escola.

Para saber mais sobre o curso, e se inscrever, clique no link abaixo, ou copie o link e cole na barra de endereços do programa que usa para acessar a internet.


Importante: são necessárias, em média, 4 horas semanais de dedicação ao curso. Somente se inscreva se você realmente tiver condições de realizá-lo. Muitos educadores de todo o Brasil estão interessados e o número de vagas é insuficiente para atender a todos.

Semana de Formação no Colégio Vicente de Carvalho

Na semana de 20 a 23 de julho, ocorreu a semana de formação no Colégio Estadual Vicente de Carvalho, em Dois Lajeados. Na programação constou a palestra da Psicóloga Aline Cunha: Relações Interpessoais; Oficina de leitura e arte com a Profª Carmen Regina G. Ferreira, Oficina de Jogos Boole e Cultura Afro-Brasileira com a Profª Adriana Santos.







segunda-feira, 27 de julho de 2015

Entrevista com Fernando Savater: "exige-se muito dos professores, mas eles não são retribuídos".


Fernando Savater: filósofo da ética e da educação

Savater é reconhecido por seu ativismo nas áreas da ética, da religião e da luta contra o terrorismo. Formado em Letras e Filosofia, é autor de mais de 50 obras entre ensaios, narrativas e teatro, além de inúmeros artigos jornalísticos. Considera a filosofia como uma atividade de crítica permanente para expressar a subjetividade e provocar. Destacado por sua especialização em ética, defende uma ética do “querer" em contraposição com uma ética do “dever".

É um importante teórico na área da educação. Em Desperta e lê, O valor de educar e Ética para meu filho, seu livro mais conhecido, o filósofo se dirige aos protagonistas da educação, compartilhando perplexidades e esperanças. Iniciou a carreira como professor na Universidade Autônoma de Madri, função da qual foi afastado em 1971, pelo regime franquista. Nos anos seguintes, viveu exilado por vontade própria na França. De volta à Espanha, concluiu, em 1975, o mestrado com uma tese sobre Nietzsche e voltou a lecionar na cátedra de Ética na Universidade do País Basco. 

Desde 1995, é professor de filosofia na Universidade Complutense de Madri e, atualmente, também é diretor da revista cultural Claves de Razón Prática. Envolvido em polêmicas culturais, estéticas e políticas na Espanha, foi um dos fundadores do partido liberal Unión Progreso y Democracia em 2007. Em sua mais recente obra, ¡No te prives! Defensa de la ciudadania, questiona os direitos e deveres da cidadania democrática em um contexto de desconfiança política.

Fernando Savater possui influências confessas de Nietzsche, Cioran e Spinoza, e sua linha de pensamento foi categorizada como antiautoritarismo radical. Em 1982, recebeu na Espanha o Prêmio Nacional de Ensaio com La tarea del héroe, no qual defende que a ética seja liberada dos vínculos da moral, estabelecendo-se como um evento aberto com autonomia própria.

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O desenvolvimento humano de uma sociedade pode ser medido por meio de dois fatores: o tratamento dispensado aos prisioneiros e aquele dado aos professores, em especial aos do ensino fundamental. É o que defende o professor de ética da Faculdade de Filosofia da Universidade de Madri, Fernando Savater.
O filósofo espanhol escolheu a segunda vertente, a educação, para dedicar a sua reflexão, e tenta fazê-lo de maneira inovadora: não só busca distinguir causas e efeitos da atual crise educacional em todos os âmbitos sociais, como também indica novas vias para superá-la e conclama políticos, professores e, sobretudo, os próprios jovens a discutir e participar plenamente dessa reflexão. Em entrevista à Revista Educação, Savater, conferencista do Fronteiras do Pensamento no mês de outubro, apresenta aquelas que considera as principais dificuldades da arte de educar. Leia abaixo:
O senhor afirma que a verdadeira educação não consiste somente em ensinar a pensar, mas "em aprender a pensar sobre aquilo que se pensa". O que isso significa?

Fernando Savater: Creio que a educação tenha certamente de transmitir conhecimentos, conhecimentos reais, não basta somente aprimorar habilidades. Porém, por outro lado, devido ao fato de os conhecimentos atuais mudarem muito, se ampliarem, hoje o importante é ter uma disposição capaz de refletir sobre a informação. Antigamente, a educação buscava informar, porque não havia outras fontes de informação. As crianças necessitavam ser informadas por meio de notícias, dos fatos do mundo, da ciência. Mas, hoje, recebemos informações a partir de muitos canais, como a internet e a televisão. Por isso, o importante é ensinar a capacidade de refletir e organizar. Refletir sobre essas informações e descartar as menos válidas, ter uma mente capaz de ordenar o que se sabe, e não uma mente simplesmente cheia de dados e de notícias.
O senhor define a educação como a revelação do outro. Em que sentido?

Fernando Savater: Por meio da educação, nós descobrimos as nossas capacidades. A educação tem uma dimensão de transmissão de conhecimentos e de capacidades. Mas há também um descobrimento dessa dimensão social, dessa dimensão simbólica que nos une aos demais. A criança está acostumada a viver em um mundo familiar, em um mundo um pouco privado, separado dos outros. Por meio da educação, ela conhecerá os vínculos capazes de uni-la aos outros cidadãos, aos outros países, ao mundo. E esse mundo simbólico no qual os homens vivem se descobre por meio da educação.
Na sua análise da sociedade contemporânea, o senhor identifica um eclipse da família, pois os pais não querem ser pais e incumbem o Estado dessa tarefa, o que obriga o Estado a ser ainda mais paternalista. Também os pais devem ser educados para se tornar pais?

Fernando Savater: Não é uma questão fácil, por isso acredito que devemos tentar educar os filhos, porque educar os pais é impossível. Os pais conscientes e reflexivos já estão grandes para educar a si mesmos, para pensar na educação dos filhos. Os pais conscientes tentarão formar-se, ler, acudir os filhos, acompanhá-los na vida escolar. Mas isso é um ato voluntário, não podem ser obrigados a fazê-lo. O importante é formar as crianças, para ter melhores pais e melhores cidadãos no futuro.


Em O valor de educar, o senhor afirma que a escola atual enfrenta uma dupla missão: suprir as carências na formação básica da consciência social e moral das crianças e competir com a socialização hipnótica e acrítica da televisão. Não é uma tarefa grande demais para uma escola que, ao menos no Brasil, muitas vezes não consegue nem mesmo alfabetizar?

Fernando Savater: Certamente é uma missão árdua, mas será que temos outra alternativa? Temos de cumprir essa missão. Há países, como o Brasil, que não têm recursos, porque a boa educação é uma educação cara. Mas é possível renunciar a educar os jovens e as crianças?
Se a boa educação é cara, a má educação é ainda mais cara. Por isso, é vital convencer a sociedade da importância da educação. A educação exige um desembolso econômico considerável, exige uma boa preparação dos professores, exige todo um compromisso social. Não temos nenhuma alternativa. Dizer que as coisas são difíceis quando não temos mais remédios para fazê-las não é a solução.
O senhor define a pedagogia mais como uma arte do que como uma ciência, que necessita mais da intuição e da capacidade de seduzir do que de seus conhecimentos científicos. Diante das desastrosas condições de trabalho, não se pede muito aos professores?

Fernando Savater: Sim, creio que esse seja um problema em quase todos os países. Exige-se muito dos professores, mas eles não são retribuídos. Além disso, eles recebem uma preparação deficiente, sobretudo os do ensino fundamental, que são os mais importantes, porque, se não cumprem bem seu trabalho, não se pode educar. Os professores, praticamente em quase todos os países, estão um pouco abandonados pela sociedade. A sociedade não lhes dá ouvidos. Quando há um momento de participação social através dos meios de comunicação, os docentes não são ouvidos. Eu creio que seja verdade que eles são muito exigidos. Agora, por exemplo, pede-se que os professores resolvam os problemas de intolerância, de xenofobia, porém não lhes são dados os meios para fazer isso.
Em sua última visita a Roma o senhor falou sobre a intolerância. Na Itália, por exemplo, em algumas salas de aula há mais estudantes estrangeiros que italianos - o que representa um desafio para o sistema escolar. Como se educa para a tolerância?

Fernando Savater: Não há um método único. A tolerância tem de ser um princípio das sociedades pluralistas e temos de ensinar a conviver com aquilo de que não gostamos. Tolerar não é considerar que tudo é igual, que tudo é bom, que tem de se entusiasmar com tudo o que os outros fazem ou pensam. Pelo contrário. Tolerar é saber que em uma sociedade plural, aberta, sempre temos de conviver com coisas de que não gostamos totalmente ou de que gostamos muito pouco. Em nome dessa convivência plural, temos de tolerar; naturalmente, sempre dentro dos parâmetros da lei, dentro daquilo que é admissível, porque existem coisas intoleráveis, como a violência, a exploração. Dentro daquilo que é aceitável, jurídica e humanamente falando, existe uma grande diversidade de opções religiosas, eróticas, culturais, e temos de nos conscientizar de que temos de conviver com coisas das quais não gostamos.
No caso específico da sala de aula, o fenômeno migratório requer adaptações para incluir essas crianças, inclusive em termos de didática. A escola européia em geral, e aquela espanhola em particular, está pronta para esse desafio?

Fernando Savater: Isso varia muito de país a país, pois a realidade européia é multiforme. Infelizmente, a Espanha é um dos países que menos investe em educação, que menos investe em cada aluno. Temos uma escola pública bem deficiente. Existem alguns paradoxos, pois a escola privada funciona bem, mas recebe fundos públicos, e é muito difícil que aceitem alunos vindos de outros países, com problemas linguísticos ou com problemas de outros tipos. Assim, a escola pública fica sobrecarregada, inchada com todos esses casos especiais, para os quais não tem formação suficiente, preparação suficiente, o que se torna um problema.
O senhor é um dos poucos filósofos que se ocupa da filosofia da educação. Por que esse desinteresse por uma temática tão crucial?

Fernando Savater: Eu, francamente, nunca consegui entender essa atitude por parte dos filósofos. A filosofia sempre se ocupou de educação. Platão, na República, já insistia nesse tema. Na época moderna houve grandes filósofos que trataram dessa temática, como Locke e Rousseau. Mas, não sei por que motivo, nos últimos 50 anos se torna cada vez mais difícil encontrar pessoas interessadas no assunto, justamente numa época em que a educação se tornou um tema particularmente importante.
  Fonte: http://www.fronteiras.com